terça-feira, 26 de maio de 2015

Metas Transversais TIC e Referencial “Aprender com a Biblioteca Escolar”.

Transversalidade das Competências TIC

“As tecnologias e a Internet vieram introduzir novas oportunidades de acesso à informação e redefinir as existentes, substituindo condições e modelos de uso e produção do conhecimento. Introduziram ainda novos desafios formativos e pedagógicos a que a escola tem que responder e que decorrem do alargamento das literacias inerentes à aprendizagem e à vida no contexto da Sociedade do Conhecimento.” 
(RBE, “Aprender com a Biblioteca Escolar”, 2012, p.9)


Com base neste paradigma, surgem, em 2010, As Metas de Aprendizagem TIC, inseridas no Projeto Metas de Aprendizagem, desenvolvido pelo Ministério da Educação e Ciência, no âmbito da Estratégia Global de Desenvolvimento do Currículo Nacional, que visa assegurar uma educação de qualidade e a obtenção de melhores resultados escolares nos diferentes níveis de ensino. Constituem um documento orientador relativamente à utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação, regulando o trabalho a desenvolver e definindo parâmetros comuns e nacionais de aprendizagem. 

Este documento é uma ferramenta de trabalho fundamental para os professores e bibliotecários, promovendo a rentabilização de conteúdos, recursos e ferramentas essenciais para o desenvolvimento de competências na utilização da informação, comunicação, produção e segurança, através das quais se pretende a plena integração dos alunos numa sociedade permeada de tecnologia. 

O Projeto Metas de Aprendizagem TIC (2010) reconhece a importância de uma formação escolar transversal no desenvolvimento dos alunos e reforça a aposta no carácter transdisciplinar através “de articulação e de integração curricular das TIC em todas as disciplinas ou áreas disciplinares que compõem o plano de estudos da educação pré-escolar e do ensino básico” (p.7).

Em pleno século XXI, num mundo em que a tecnologia domina e está presente em todos os domínios do quotidiano e da vida humana, é fulcral que as escolas promovam o desenvolvimento da autonomia dos seus alunos, numa ótica de autonomia intelectual, que tem de passar, obrigatoriamente, pelas TIC. Estas são um instrumento imprescindível na educação e formação ao longo da vida, pois permitem o acesso a múltiplos conhecimentos e a utilização de diferentes equipamentos adequados às necessidades individuais. É irrefutável que, no futuro, as TIC dominarão as nossas vidas e, ainda mais, as dos nossos alunos, sendo essenciais para todas as atividades profissionais. 

Por conseguinte, pretende-se que os alunos contactem com as TIC ao longo de todo o seu percurso académico, desde o Ensino Pré-Escolar até ao final do Ensino Básico, de uma forma transdisciplinar ao currículo, envolvendo todas as áreas curriculares e refutando a ideia de que é necessária a existência de uma disciplina TIC para aprendizagem das tecnologias. De acordo com Costa (2010), o que se pretende é “não o ensino das tecnologias, mas a aprendizagem com tecnologias” (p. 934).

Relativamente ao trabalho específico do professor bibliotecário, as Metas de Aprendizagem TIC deverão ser articuladas com o referencial da RBE “Aprender com a Biblioteca Escolar”, de modo a que as estratégias de operacionalização abordadas em ambos os documentos possam ser rentabilizadas, ao serviço das literacias definidas no referencial- literacia da leitura, literacia dos média e literacia da informação- em função das necessidades dos alunos e das competências que se pretendem desenvolver, em cada ano de escolaridade. Por conseguinte, as Bibliotecas Escolares deverão assumir um papel de carácter eminentemente ativo, prático, inovador e dinâmico, relativamente ao uso das TIC.

Com efeito, de modo a que ambos os documentos possam tornar-se um quadro de referência para o desenvolvimento das competências transversais e de aprendizagem ao longo da vida, urge que as escolas, de forma transdisciplinar, coloquem em prática as sugestões de operacionalização fornecidas. Com vista à implementação eficaz dos mesmos, os Projetos Educativos escolares deverão dar especial ênfase ao uso das tecnologias. Por conseguinte, o papel das bibliotecas escolares deverá continuar a consolidar-se na evolução global dos alunos, como elementos integrantes da atual sociedade da informação, em que o desenvolvimento de competências ligadas ao mundo digital ocupa um lugar de destaque. 

Para tal, a BE deverá ser pioneira e abrir caminho para a efetivação da mudança, dando a conhecer aos professores os referidos documentos- caso estes ainda não os conheçam- e propor a realização de planos de articulação com as diversas áreas curriculares, nos quais se desenvolvam, com uma periodicidade definida, atividades que promovam a utilização das tecnologias aplicadas aos conteúdos curriculares, efetivando o trabalho colaborativo entre o professor bibliotecário e os professores disciplinares. Concomitantemente, como refere Felizardo (2015), os professores bibliotecários mais autónomos deverão ter um papel ativo e dinâmico no processo de inovação curricular com as TIC. 
No entanto, de modo a que tudo o que é referido seja implementado e para que se consiga concretizar, com êxito, as metas propostas, é essencial investir nos recursos materiais- equipamentos tecnológicos- e na sensibilização e formação dos recursos humanos afetos às escolas. 

Referências bibliográficas:

COSTA, F. et al (2010). I Encontro Internacional TIC e Educação. Inovação Curricular com TIC. Lisboa. Instituto de Educação da Universidade de Lisboa. (pp. 931- 936). (http://aprendercom.org/miragens/wp-content/uploads/2010/11/398.pdf)

COSTA, F. et al. (2010). Metas de Aprendizagem na área das TIC. in DGIDC-ME (2010). Metas de Aprendizagem. Lisboa: DGIDC/ME. Disponível em http://repositorio.ul.pt/ handle/ 10451/6567


FELIZARDO, H. (2015). As metas de aprendizagem na área das TIC no contexto de desenvolvimento das literacias e das competências transversais. Pós-graduação em Gestão de Bibliotecas Escolares. ISLA.

PORTUGAL. Ministério da Educação e Ciência. Gabinete da Rede Bibliotecas Escolares. Portal RBE: Aprender com a biblioteca escolar [Em linha]. Lisboa: RBE, atual. 20-11-2012. [Consult. 23- 05-2015] Disponível em WWW: <URL: http://www.rbe.mec.pt/np4/ referencial .html>

terça-feira, 28 de abril de 2015

Ferramentas da Web 2.0: Potencialidades do Storybird



Storybird é uma ferramenta da Web 2.0 disponível online no endereço https://storybird.com/
Esta ferramenta é muito útil para utilização em contexto educativo, nomeadamente na área de Português, no domínio da Expressão Escrita, pois permite a criação de histórias a partir de imagens disponibilizadas. É fácil de utilizar e muito intuitiva, podendo ser usada por alunos de todos os níveis de ensino.
Com o Storybird é possível produzir uma história completa e, posteriormente, guardá-la, partilhá-la, enviá-la por email ou incorporá-la num blogue. 
Após criação da história, esta poderá ainda ser adquirida em formato pdf para impressão.

Vantagens:
- Possibilita a criação de histórias a partir de imagens relacionadas com um determinado tema;
- Estimula a criatividade e a expansão vocabular;
- Promove a interação e a construção de projetos individuais e / ou em grupo;
- Propicia o contacto com imagens muito criativas;
- Permite a construção de histórias com grande qualidade gráfica;
- Proporciona satisfação e motivação devido à grande facilidade com que se pode produzir um produto de qualidade;
- Facilidade na partilha com outros utilizadores.

Desvantagens:
- Limitação da criatividade, pois as histórias têm que ser construídas em função das imagens disponibilizadas.
- Apenas histórias escritas em inglês podem ser publicadas no catálogo público. As restantes serão publicadas no catálogo individual. 



Caso tenham curiosidade, deixo aqui dois links com textos em português. O primeiro de um pequeno livro de poemas e o segundo de um conto. Espero que gostem! :)


http://storybird.com/books/sonhos-que-rimam/?token=snjzabmhm9 

https://storybird.com/books/um-voo-na-memoria/

Guia de Utilizador da BE

O presente Guia de Utilizador da Biblioteca Escolar de 1.º Ciclo, do Ensino Básico foi divulgado poucos dias após a inauguração do Centro Escolar, ainda antes da BE estar em pleno funcionamento. De qualquer forma, pretendeu-se que os alunos, desde logo, entendessem o modo de funcionamento da mesma e pudessem utilizar os recursos disponibilizados. Atendendo ao público-alvo foi utilizada uma linguagem clara, simples e facilmente percetível, de modo a passar claramente a mensagem.

terça-feira, 7 de abril de 2015

A WEB 2.0 e as implicações para a biblioteca escolar

Nos dias que correm, do ponto de vista intelectual, dominar apenas as competências inerentes à leitura e à escrita é deixar por descobrir todo um novo mundo que é facultado pelo avanço tecnológico e que está ao alcance da sociedade moderna. Assim sendo, também as escolas têm de estar preparadas para o constante avanço tecnológico, de modo a poder alcançar com maior sucesso os seus principais destinatários: os alunos. Uma vez que o conceito da construção do conhecimento deixou de estar assente apenas na escola e passou a centrar-se nas novas Tecnologias da Informação e Comunicação, atualmente, o professor tem de estar consciente de que os alunos preferem as tecnologias informáticas em detrimento dos métodos tradicionais de ensino e, por isso, estes têm que ser adaptados, aglomerando os recursos tecnológicos e digitais. 

Consequentemente, as BE têm de abrir caminho para os novos modelos de aquisição de conhecimentos, pois cabe-lhes ser o portal de ligação da escola com o mundo permeado de tecnologia (Furtado, 2009, p.137). 

Atualmente, essa mesma tecnologia passa pela exploração dos recursos disponibilizados pela Web 2.0 ao serviço da denominada Biblioteca 2.0 que, segundo Maness (2006, citado por Furtado 2009), deve basear-se em quatro conceitos essenciais: centrar-se no utilizador, ser uma experiência multimédia, ser socialmente rica e comunitariamente inovadora. Naturalmente, estes conceitos promovem a estipulação de grandes mudanças no paradigma da biblioteca e nas funções do professor bibliotecário. Assim, a BE moderna deverá deixar de ser um local onde apenas se encontram livros e materiais didáticos relacionados com os conteúdos escolares e dispor de recursos tecnológicos diversificados que proporcionem ao aluno a aquisição de conhecimentos, através de meios distintos e de acordo com as suas necessidades. Furtado (2009, p.140) acredita que utilizando as ferramentas da Web 2.0 a biblioteca da escola se aproximará do cotidiano dos seus utilizadores, pois, não se pode negar a ubiquidade do computador e da Internet na vida das pessoas, em especial das crianças e jovens. 

 Para Maness (2007, p. 49) a biblioteca 2.0, é então um lugar onde alguém pode não apenas procurar por livros e revistas, mas interagir com uma comunidade, com um bibliotecário, e compartilhar conhecimento e entendimento com eles. Assim, no que concerne ao papel do professor bibliotecário e do utilizador, considera-se que este último desempenha um papel central e mais ativo, podendo também editar e criar conteúdos para os outros utilizadores. O primeiro deve ser uma entidade facilitadora dessa tarefa e deverá perceber que o utilizador não age apenas como mero indivíduo, mas como membro de uma comunidade ativa e participtiva. 

Efetivamente, as BE têm ainda um árduo trabalho a fazer, no sentido de se tornarem “verdadeiras” bibliotecas 2.0, explorando os recursos que deverão fazer delas instrumentos atuais de cultura, de aprendizagem e, sobretudo, de inovação. Nos dias de hoje, ter bibliotecas dotadas de um bom espólio de livros está longe de ser suficiente para atrair os seus utilizadores, tornando-as fastidiosas e pouco atrativas aos olhos dos alunos, pois a biblioteca 2.0, de acordo com Maness (2007, p. 49) resulta da fusão da biblioteca tradicional com os serviços inovadores da Web 2.0. Ela é uma biblioteca para o século 21, rica em conteúdo, interatividade e atividade social. 

Face ao constante e rápido desenvolvimento tecnológico e, atendendo às questões económicas, nem sempre deve ser fácil os professores bibliotecários estarem atualizados ou disponibilizarem diversificadas ferramentas tecnológicas para os seus utilizadores, até porque o mercado tecnológico está em permanente expansão e mudança e os seus recursos rapidamente passam de modernos a obsoletos. Todavia, muito tem sido feito nos últimos anos, principalmente ao nível da consciencialização e a maioria dos professores bibliotecários tem desempenhado um papel fulcral na modernização e na revitalização das BE, mostrando abertura à inclusão das novas tecnologias da educação e vontade de se atualizar em virtude destas. Acima de tudo, os professores bibliotecários têm intenção de fazer mais e melhor, pois entendem que a BE é um local propício à aprendizagem e à construção do conhecimento e percebem que esta deve estar ao alcance de todos os alunos, sendo inquestionável a importância de disponibilização dos recursos tecnológicos atuais, necessários à construção do saber, do conhecimento e da aprendizagem. 

 Referências bibliográficas: 

Furtado, C. (2009). Bibliotecas Escolares e Web 2.0: Revisão da Literatura sobre Brasil e Portugal, Em Questão: Revista de Biblioteconomia & Comunicação, v.15, jul./ dez., 35-150, Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS, Porto Alegre. 

Maness, J. (2007). Teoria da Biblioteca 2.0: Web 2.0 e suas implicações para as bibliotecas, Informação & Sociedade: estudos, v.17, n.1, jan./abr., 43-51, João Pessoa, Universidade Federal da Paraíba